Tarefas

Visa selecionar os locais de amostragem mais adequados para o desenvolvimento do projeto em ambas as áreas de estudo (Portugal e Amapá, Brasil). Iremos caraterizar a composição e configuração da paisagem numa escala maior em ambas as áreas de estudo para identificar os arranjos espaciais de grande escala de PE e definir as áreas onde será mais logisticamente viável implementar o protocolo de amostragem. Também avaliaremos a estrutura e a evolução sazonal da paisagem de cada local ao longo do projeto, usando métodos de deteção remota para caraterizar alterações paisagísticas e como essa estrutura e heterogeneidade temporal podem influenciar os padrões de vertebrados.

Tem como objetivo avaliar os recursos alimentares disponíveis nas áreas de amostragem. Depois de selecionar as áreas de estudo (tarefa 1) onde serão implementadas as campanhas de armadilhagem fotográfica, transectos lineares, estações de contagem de aves e campanhas de armadilhagem, iremos avaliar a capacidade de cada unidade de paisagem que compõe ambos os locais de amostragem (no Brasil e em Portugal; em PE certificadas e não certificadas pelo FSC, e áreas de controlo) para fornecer recursos alimentares às espécies silvestres. O objetivo é avaliar a abundância e a cobertura da vegetação (i.e., todas as espécies arbustivas e arbóreas, especialmente as que produzem frutos zoocóricos); a abundância de pequenos mamíferos e répteis (“pitfalls” no Brasil e armadilhas e transeptos em Portugal), e a abundância de invertebrados (“pitfalls”).

Pretende-se avaliar a diversidade, ocupação e padrões de densidade/abundância de vertebrados em PE com e sem CF e em áreas de controlo. Esta tarefa baseia-se na utilização de armadilhagem fotográfica para monitorizar os mamíferos de médio-grande porte e avaliar os padrões de ocupação, armadilhas (Sherman) para amostrar pequenos mamíferos para estimar as suas densidades, “pitfalls” com tela (“drift-fences”) e transeptos em linha para estimar a abundância de répteis e transectos juntamente com contagens pontuais para avaliar a densidade/abundância de aves.

Tencionamos implementar um protocolo de captura para armadilhar seis indivíduos de cada uma das espécies-alvo selecionadas para avaliar o uso em pequena escala de plantações de eucalipto, representando dois grupos de mamíferos com hábitos diferentes: especialistas florestais (ocelotes (Leopardus pardalis) no Brasil e genetas (Genetta genetta) e fuinhas (Martes foina) em Portugal…) e mesocarnívoros generalistas (cachorros-do-mato (Cerdocyon thous) no Brasil e raposas (Vulpes vulpes) em Portugal). Cada animal será equipado com coleiras GPS.

Tem como objetivo avaliar os impactos fisiológicos e parasitológicos de habitar uma paisagem dominada por eucaliptos e, para as populações portuguesas, de viver em plantações certificadas e não certificadas pelo FSC. Está estruturada para recolher dados sobre três diferentes indicadores de condição física individual, dependendo dos taxa considerados: carga parasitária (hemoparasitas e ectoparasitas), condição corporal e hormonas relacionada com o stress (Cortisol).

Visa descobrir os padrões de ecologia espacial a pequena escala das espécies monitorizadas e entender o papel da CF e de cada unidade de cobertura do solo que compõe a paisagem estudada para carnívoros no Brasil e em Portugal (usando dados das tarefas 1 e 2). Iremos estimar os tamanhos e configurações das áreas vitais e das áreas de máxima actividade aferidas através de diferentes métodos de estimar áreas vitais (e.g., Densidade de “Kernels” fixos, estimadores de movimento de pontes Brownianas), e avaliar a seleção de habitat usando funções de seleção de recursos (RSFs) baseadas em três níveis de seleção: primeira ordem (áreas vitais dentro da área de estudo); segunda ordem (área de máxima actividade dentro das áreas vitais); e terceira ordem (localizações dentro de áreas vitais individuais; Step-Selection-Functions – SSF).

O objetivo é estimar os padrões de atividade dos mamíferos alvo com base em: 1) hora das fotografias tiradas com recurso a armadilhagem fotográfica (Tarefa 3); e 2) hora de cada localização GPS (Tarefa 6). Também avaliaremos a variação sazonal do padrão de atividade e do tipo de habitat, e a sobreposição interespecífica, bem como se as atividades de manutenção e corte da floresta podem alterar a ecologia temporal das espécies.

Visa compreender as motivações e atitudes dos proprietários e do público em geral em relação à CF, uma vez que as exigências da sociedade têm implicações na forma como as florestas são utilizadas e geridas. Assim, pretendemos: 1) avaliar as diferenças de perceções e motivações entre proprietários de plantações certificadas e não certificadas; 2) compreender as atitudes dos proprietários e gestores em relação à conservação da biodiversidade e à gestão ambiental; 3) identificar os benefícios e os tipos de utilização cultural e recreativa das florestas certificadas e não certificadas. Esta tarefa basear-se-á na utilização de diferentes tipos de questionários e métodos de amostragem para os diferentes grupos de amostra: proprietários rurais, gestores e público em geral.

Tem como objetivo testar se a certificação florestal (FSC) está realmente a promover a diversidade, a ocupação / abundância / densidade e o uso de plantações de zonas temperadas quando comparada com áreas florestais não certificadas. 

Pretende-se produzir, recorrendo a uma rede colaborativa e participativa com as partes interessadas e gestores, orientações que possam contribuir para promover a compatibilização entre os valores de conservação e a rendibilidade da produção, num contexto de paisagem sustentável.

Tem como objetivo criar um fluxo de informação entre a equipa ForCe e os diferentes públicos-alvo, utilizando vários tipos de materiais e plataformas de divulgação. Pretendemos chegar a diferentes partes interessadas – planeadores e decisores (autoridades governamentais); proprietários e gestores de terras; investigadores; público em geral. Esta tarefa será organizada em 2 tópicos, utilizando múltiplos canais: 1) Divulgação dos resultados científicos da investigação; 2) Atividades de comunicação e envolvimento do público.